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quarta-feira, 4 de junho de 2014

O empurrão

A águia empurrou gentilmente os filhotes para a beira do ninho. 

Seu coração trepidava com emoções conflitantes enquanto sentia a resistência deles.
'Por que será que a emoção de voar precisa começar com o medo de cair?' 

- pensou.
Esta pergunta eterna estava sem resposta para ela.

Como na tradição da espécie, seu ninho localizava-se no alto de uma saliência, 

num rochedo escarpado. Abaixo, havia somente o ar para suportar as asas 
de cada um de seus filhotes.

A despeito de seus medos, a águia sabia que era tempo. Sua missão 

 materna estava praticamente terminada. Restava uma última tarefa: 
o empurrão.

A águia reuniu coragem através de uma sabedoria inata. Enquanto

 os filhotes não descobrissem suas asas, não haveria objetivos em 
suas vidas. Enquanto não aprendessem a voar, não compreenderiam 
o privilégio de terem nascido águias. O empurrão era o maior presente 
que a águia-mãe tinha para dar-lhes, era seu supremo amor. E por isso,
 um a um, 
ela empurrou, 
e todos voaram.